O PRAZER DE LER

O PRAZER DE LER

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Resumo do TP1- LINGUAGEM E CULTURA

TP1- LINGUAGEM E CULTURA

Unidade 1: Variantes lingüísticas: dialetos e registros

A cultura, entendida como o conjunto de formas de fazer, pensar e sentir de uma pessoa ou de uma sociedade,é uma construção histórica e varia no espaço e no tempo.
A língua é, ao mesmo tempo, a melhor expressão da cultura e um forte elemento de sua transformação. A língua tem o mesmo caráter dinâmico da cultura.
A língua não se apresenta uniforme e única: ela apresenta variações, conforme os grupos que a usem. Cada uma das variantes da língua usada por um grupo apresenta regularidades, recursos normais para aquele grupo, e chama-se dialeto.
Os principais dialetos são: o etário (da criança, do jovem e do adulto); o geográfico, ou regional; o de gênero (feminino e masculino); o social (popular e culto); o profissional.
Os dialetos são equivalentes do ponto de vista lingüístico: nenhum é melhor do que outro. Cada um cumpre perfeitamente suas funções comunicativas, no âmbito em que é usado. Considerar um superior a outro é um preconceito sem fundamento.
O idioleto é o conjunto de marcas pessoais da língua de cada indivíduo, como resultante do cruzamento dos vários dialetos (etário, regional, profissional, de gênero, social) que constituem a sua fala.
1- A língua é um sistema aberto, o que possibilita uma grande variedade de usos. Assim, ao lado de regras sistemáticas que todos os seus falantes devem seguir, aparecem as variantes da língua, que podem referir-se ao uso de um grupo, ou ao uso de cada locutor, no momento específico da interação.
2- Cada variante que marca o uso que determinado grupo faz da língua constitui um dialeto.
3- Os dialetos principais são definidos do ponto de vista geográfico, etário, sociocultural, de gênero e de profissão.
4- Os dialetos, como as línguas, preenchem as necessidades do grupo social que os usa, não havendo, portanto, um melhor do que outro.
5- Os dialetos não são compartimentos isolados: ao contrário, recebem influências uns dos outros.
6- O registro é a variante escolhida pelo sujeito em cada ato específico de comunicação, segundo o contexto.
7- Os registros são basicamente dois: o formal e o informal, segundo o distanciamento requerido pela situação. Entre os dois extremos, há muitas gradações.
8- Os registros podem apresentar-se tanto na forma oral como na forma escrita da língua.
9- Os registros põem por terra a distinção do certo/errado, passando a discussão para o campo do adequado/inadequado.
10- Essas considerações nos levam a rever nossa atuação como professores de Língua Portuguesa. Em sala de aula, é fundamental criar oportunidades para que os alunos trabalhem textos que exemplifiquem diversas situações de comunicação, em que dialetos e registros diferentes se apresentem para a sua reflexão e discussão e como ponto de partida para a produção de textos igualmente diversificados. Esse é, afinal, o objetivo maior do ensino da língua: desenvolver no sujeito a competência para a leitura e produção de textos.

Unidade 2: Variantes lingüísticas: desfazendo equívocos

A norma culta é um dos dialetos definidos por critérios socioculturais. Como para todas as línguas, a norma culta é escolhida como norma-padrão, que é usada nos documentos, sobretudo os oficiais, em grande parte da literatura, dos escritos e falas da imprensa. Sua maior característica é a correção pautada na gramática normativa.
No entanto, não é melhor nem pior, mais bonita ou mais feia do que qualquer outra norma/dialeto. Por outro lado, não é obrigatoriamente o espaço da língua escrita ou da literatura.
Deve, ser trabalhada na escola, como o dialeto que o aluno deve ir aos poucos dominando, por ser o mais adequado a certas situações de comunicação.
O texto literário caracteriza-se como aquele que apresenta liberdade completa no uso das variantes da língua. O autor pode empregar a norma culta ou o dialeto popular, o registro mais formal ao mais informal, tudo vai depender de suas intenções, do assunto, do ambiente e dos personagens retratados. Cada texto literário é que vai criando os limites e a adequação de cada escolha do autor.
1- A norma culta é um dos dialetos da língua. É o dialeto utilizado na absoluta maioria dos documentos oficiais e públicos de um país. Não é melhor nem pior do que os demais dialetos; por isso, seu uso não pode ser critério de discriminação ou valorização dos sujeitos. (Aliás, nenhum critério deve servir à discriminação).
2- Como norma-padrão, a norma culta é ensinada na escola. Seu conhecimento e domínio ajudará o aluno a ampliar sua competência lingüística, permitindo-lhe um acesso mais fácil a muitos documentos e bens culturais.
3- A literatura pode ou não utilizar a norma culta. Seu objetivo não é “ficar dentro das regras”, mas buscar qualquer dialeto ou registro que melhor consiga criar a linguagem do mundo criado por ela, com seus significados.
4- As duas modalidades da língua – a oral e a escrita – são igualmente importantes e apresentam ambas as possibilidades de uso, tanto do registro formal quanto do informal.
5- As duas modalidades devem ser trabalhadas na escola tanto do ponto de vista da locução quanto da interlocução. Assim, ouvir e falar, ler e escrever, devem ser atividades constantes na sala de aula.
6- Como sempre, vale a pena salientar que as situações de interlocução são extremamente complexas e não temos muitos casos “puros” de dialetos, da mesma forma que os registros apresentam uma gama infinita de formalidade/informalidade e as modalidades oral e escrita não são campos fechados, sem interferência uma sobre a outra.
7- Nas atividades de linguagem, é fundamental oferecer aos alunos exemplos diversos de bons textos, orais e escritos, produzidos com objetivos e em situações diferentes, literários e não literários, em registros e modalidades distintos, de modo a não estabelecer relações indevidas entre escrita, norma culta e registro formal e literatura, ou fala e informalidade. Para isso, os próprios textos produzidos pelos alunos podem ser ótimo material de discussão.

Unidade 3: O texto como centro das experiências no ensino da língua

As informações mais importantes desta seção foram:
1- Todas as nossas interações se processam por meio de textos.
2- Texto é toda e qualquer unidade de informação, no contexto da enunciação. Nesse sentido, os textos aparecem nas mais diversas linguagens, classificando-se em verbais e não-verbais.
3- O texto independe de extensão.
4- O texto verbal pode apresentar-se na linguagem oral ou na linguagem escrita.
5- Leitura é o processo de atribuição de significado a qualquer texto, em qualquer linguagem.
Os pontos principais desta seção foram os seguintes:
1- O ensino-aprendizagem de qualquer língua deve dar-se com o uso de textos, porque é por meio deles que pensamos e interagimos.
2- O texto deve ser o centro de todas as atividades que envolvem o ouvir, o falar, o ler e o escrever.
3- Da mesma forma, a análise lingüística só pode ser significativa para os alunos, se apoiada em textos que contextualizam cada uso do vocabulário e da morfossintaxe.
A síntese que podemos fazer desta unidade, com vistas à nossa reflexão final , é:
1- Uma vez que o texto realiza a interação, nas considerações sobre texto devem ser evidenciados os sujeitos dessa interlocução.
2- Assim como o locutor , com suas intenções, imagina seu interlocutor e, em função do contexto específico, produz seu texto, o interlocutor, com seus objetivos e experiências, procura o texto que lhe serve em dado momento.
3- O pacto de leitura é um contrato implícito entre locutor e interlocutor quanto à expectativa que cada um põe no texto: um, a partir dos recursos usados, do gênero, do suporte, informa sobre como pretende que seu texto seja lido; o outro, a partir de seus objetivos e de seus conhecimentos, imagina o que pode encontrar no
texto escolhido.
4- Objetivos diferentes definem escolhas diferentes de textos e estratégias diferentes de leitura.
5- A diversidade de objetivos de leitura e de expressão dos alunos, assim como de seus conhecimentos prévios, exige do professor não só uma atitude aberta, com relação às suas possibilidades e preferências, mas também uma atuação no sentido de criar condições para a ampliação de conhecimentos e, portanto, de horizontes. Desse modo, os alunos terão opções cada vez mais numerosas e significativas de leitura e de expressão.
Essas experiências significativas já são um trabalho importante com a língua, e serão o ponto de partida para as análises lingüísticas a serem feitas.

Unidade 4: A intertextualidade

Intertextualidade é o que ocorre toda vez que um texto tem relações claras com outro, ou outros. É, portanto, um diálogo de um texto com outro.
Esse diálogo, ou retomada de um texto, ocorre nas mais diversas situações e nos mais diversos tipos de comunicação, e está presente tanto nas manifestações artísticas quanto no nosso cotidiano. Isso acontece porque a cultura é claramente intertextual, quer dizer: ela sempre acumula ou retoma, de alguma forma, as experiências humanas.
1 – Os processos intertextuais que envolvem o texto inteiro:
a) paráfrase: acompanha de perto o texto original, como ocorre nos resumos, adaptações e traduções;
b) paródia: inverte ou modifica a narrativa, sua lógica, sua idéia central. Em geral, é crítica;
c) pastiche: procura aproveitar a estrutura, o clima, determinados recursos de uma obra.
2 – Os processos intertextuais pontuais, que retomam um ou alguns elementos
do texto:
a) citação: consiste em apresentar um trecho, um dado da obra. O segundo texto procura deixar claro o texto original. No caso do texto verbal, o autor do original é indicado;
b) epígrafe: tem as mesmas características da citação, mas tem localização fixa: aparece sempre como abertura do segundo texto;
c) referência: é a lembrança de passagem ou personagem de outro texto;
d) alusão: é o aproveitamento de um dado de um texto, sem indicações ou explicitações.
Esta unidade tratou de dois pontos importantes não só da história da nossa cultura, mas também das nossas interações.
A intertextualidade é a presença, subjacente ao nosso texto, de outras vozes e outros textos, com os quais dialogamos o tempo todo, mesmo sem ter consciência
O ponto de vista disso. Apesar de ser enfocada, sobretudo nas artes e ser um estudo relativamente recente, a intertextualidade sempre esteve presente em todas as interações humanas.
Os processos intertextuais são muito variados e nem sempre fáceis de classificar.
No entanto, pela freqüência e algumas características mais constantes, podemos enumerar como formas mais visíveis de intertextualidade: a paráfrase, a paródia, o pastiche, a citação, a epígrafe, a alusão e a referência.
A originalidade dos processos intertextuais deve-se muito ao ponto de vista, questão das mais importantes em qualquer forma de interação.
O ponto de vista é o lugar ou o ângulo de onde cada interlocutor participa do processo de interação. Ele não revela simplesmente as posições do locutor: pode ser usado para criar posições e emoções no interlocutor.
Daí a importância de sua análise, quando estamos interpretando e avaliando as situações de comunicação. O trabalho com esses dois assuntos é fundamental, no sentido de tornar nossos olhos e ouvidos mais sensíveis e mais críticos com relação à própria vida.

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